quinta-feira, 24 de abril de 2008

PERNAMBUCO, MOSTRA A TUA CARA

Hoje, sabemos que o maior desafio de Pernambuco é vencer o preconceito. Nas ruas, escolas, onde quer que seja, o pernambucano tem vivido tempos passados, mas podemos mudar tudo isso, basta querermos. Nas escolas, um adolescente, às vezes, é criticado por sua opção sexual; nas ruas, a cor da pele é motivo de chacota; as mulheres, que antigamente não tinham espaço na sociedade, agora podem se expressar, mas ainda são vistas como mulheres que eram para estar na cozinha; os idosos, que têm toda uma experiência de vida, são vistos como velhos que eram para estar em casa dormindo. Sabemos, entretanto, que essas pessoas compõem a sociedade pernambucana. Sabemos, também, que às vezes temos esquecido de educar nossos descendentes para essas culturas. Entidades ligadas a esses segmentos têm de montão em Pernambuco, mas muitas vezes não cumprem o seu papel em divulgar ou promover debates em ruas, escolas, associações de moradores e outros, ficam atreladas, apenas, à Tv e ao rádio. Chegou nossa vez de mostrar nossa inquietação. Vamos começar pelas salas de aula, discutindo a questão do preconceito. Vamos saber quais temas podem ser abordados em uma mesa de perguntas e respostas com entidades que trabalham os temas escolhidos na escola, quer seja uma mesa de debate composta também por estudantes e professores. Posteriormente, seria pedido a todos os presentes que fosse feito um resumo de todos os temas abordados no evento. Os professores, não só de cidadania, iriam avaliar os trabalhos e os desempenhos, sabendo que o mais importante não seria a nota que o aluno irá obter com o resumo, e sim uma nova visão e o ensinamento que ele vai passar. Dessa forma, iremos mostrar a verdadeira cara de Pernambuco em um espaço que, muitas vezes, é visto como um ambiente de quadro e piloto meramente. Nessa oportunidade, sei que muitos vão perceber que somos todos iguais... Vanderson Ferreira

"EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS"

O que é ser cidadão? A palavra cidadania tomou conta do nosso cotidiano. Ela está presente no discurso de políticos, educadores, líderes comunitários, organizações não governamentais, nos jornais, rádio e televisão. Isso pode significar uma mudança de mentalidade que contribui para a construção de uma sociedade brasileira mais justa e democrática, mas também pode resultar na banalização da palavra, esvaziando seu verdadeiro significado. É preciso, portanto, refletir atentamente sobre suas origens, seus sentidos, suas implicações e sobre a possibilidade de sua efetivação, no cotidiano da Educação em Direitos Humanos. Origens da cidadania.

Vem de longe a idéia de cidadania, é muito antiga, remonta à pólis grega, há cerca de 2.500 anos, e foi mudando ao longo da história. Não é de hoje que o homem tenta criar mecanismos para viver em uma sociedade justa e igualitária. Essa concepção está vinculada ao surgimento da vida na cidade, à participação nas decisões sobre os rumos da vida social e ao exercício de direitos e deveres. Momentos importantes desse processo foram: a Independência dos Estados Unidos e a publicação das cartas de direitos do país (1776); a Revolução Francesa (1789), que derrubou o regime absolutista francês e desenvolveu os ideais burgueses; a criação da Organização das Nações Unidas - ONU (1945), após a Segunda Guerra Mundial. Ser cidadão hoje é ter direitos e deveres e essa definição deve muito à publicação da Carta de Direitos da ONU (1948). Nela afirma-se que todos os homens são iguais perante a lei, independente de raça, credo e etnia. Confere-se o direito a um salário digno, à educação, à saúde, à habitação e ao lazer. Assegura-se o direito de livre expressão, de militar em partidos políticos, sindicatos, movimentos e organizações da sociedade civil. No que diz respeito aos deveres, a Carta estabelece que cabe aos homens fazer valer os direitos para todas as pessoas, ter responsabilidade pelo grupo social, respeitar e cumprir as normas e leis elaboradas e decididas coletivamente. A concretização dos ideais expressos nessa carta, no entanto, não se faz sem conflitos. Se por um lado os direitos civis, políticos e sociais tendem a se generalizar para toda a população, por outro são comuns situações de exploração, desigualdades e injustiças. Por isso, principalmente em países com contrastes intensos como o Brasil, a luta por melhores condições de vida para todos e pelo combate à discriminação é a garantia do exercício da cidadania.
Participação social.
Não fique de braços cruzados Historicamente, a conquista de direitos é resultado de um longo processo de participação nas decisões coletivas e de negociação entre diferentes pontos de vista. Os direitos como os conhecemos hoje não surgiram do nada. Ao contrário, são resultado de muitas lutas de outras gerações e, mesmo com as Constituições denominadas modernas e democráticas, ainda é preciso lutar para que os direitos expressos nas leis sejam efetivamente cumpridos na vida cotidiana. Há, por exemplo, direitos conquistados no passado que estão sendo perdidos com a economia globalizada, como alguns direitos trabalhistas. No Brasil, há outros que não são garantidos para todos, como o acesso à saúde, educação, moradia e lazer. Portanto, o exercício da cidadania pressupõe o comprometimento coletivo. Se existe um problema na rua, no bairro ou na escola, não se pode esperar a solução de braços cruzados, simplesmente porque existe o direito garantido por lei. É preciso se organizar, reivindicar, buscar soluções e pressionar os órgãos governamentais competentes, pois participar da vida pública significa assumir o lugar de quem interfere e é co-responsável pelo rumo da história de sua coletividade.

TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI

O Estado brasileiro foi constituído a ,partir de diferentes matrizes étnicas e culturais, formando, assim, uma sociedade multicultural. As desigualdades sociais, construídas historicamente com base na exploração econômica, violência e escravidão gerou um modo de pensar e agir desiguais. Discriminação – "é o nome que se dá para a conduta (ação ou omissão) que viola direitos das pessoas com base em critérios injustificados e injustos, tais como: a raça, o sexo, a idade, a opção religiosa e outros". Segundo a Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. A Carta diz, também, que constituem princípios fundamentais da Republica Federativa do Brasil o de promover o bem comum, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação.