terça-feira, 17 de novembro de 2009

O "1º GRITO DE REPÚBLICA NO BRASIL E NAS AMÉRICAS

Dia 10 de novembro é feriado em Olinda. Nesta data é celebrado o “1º Grito de República” do Brasil e das Américas, dado pelo Sargento-Mor Bernardo Vieira de Melo, no dia 10 de novembro de 1710, no Senado da Câmara de Olinda, imponente casarão do século XVII, hoje em ruínas, localizado no sítio histórico olindense, na rua que leva o nome do herói do “10 de novembro”: Rua Bernardo Vieira de Melo. E o heróico fato está gravado na “estrela” que lhe serve de indicadora do fato, com os dizeres:

“Aqui, em 10 de novembro de 1710, Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em favor da fundação da República entre nós”.

E é hoje o dia em que se iniciam as comemorações dos 300 anos do legendário momento histórico, a ser celebrados em 2010. Uma festa cívica num grande desfile pelas ruas do Sítio Histórico, reunindo a Câmara de Vereadores, escolas municipais, estaduais e particulares, Escola de Aprendizes Marinheiros, Exército, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Agremiações Carnavalescas, promovida pela Prefeitura e pelo Instituto Histórico de Olinda. O 1º Grito de República do País aconteceu em Olinda cerca de 70 anos antes da Revolução Francesa e 60 anos antes da independência dos Estados Unidos.

Quem foi Bernardo Vieira de Melo? Nascido em Jaboatão, em Pernambuco, na segunda metade do século XVII, foi rico proprietário rural, senhor de engenho, cavaleiro da Casa Real, Sargento-Mor da Capitania de Pernambuco, portador do hábito de Cristo e Governador do R. G. do Norte. Casou-se duas vezes, a 1ª com D. Maria de Barros, com quem não teve filhos e a 2ª com Catarina Leitão, com quem teve quatro filhos, um dos quais - André Vieira de Melo – estaria ligado à sua vida atribulada, sendo preso com ele e morrer, pela causa que abraçara. Serviu a Pernambuco por mais de 25 anos, como Capitão de Infantaria das Ordenanças, Capitão de Cavalaria. Sargento Mor e Tenente Coronal, sempre ligado aos mais marcantes acontecimentos das províncias brasileiras. Foi Vereador da Vila d´Olinda e Juiz e Capitão-Mor da Vila de Igaraçu. Foi nomeado por El-Rei, Dom João V o comandante do Terço dos Palmares. Após os feitos de 10 de agosto de 1710, Bernardo Vieira de Melo foi preso e enquadrado nos crimes de inconfidência, por querer um Brasil livre. Juntamente com seu filho, André, foi recolhido ao Forte do Brum, no Recife e daí embarcado para Lisboa, em 28 de julho de 1712. Lá, foram os dois recolhidos na Torre de São Julião e, mais tarde, transferidos para a prisão de Limoeiro, onde morreu, em 1713. Seus restos mortais estão depositados no Mosteiro do Carmo, em Lisboa. Em 1981, o Prefeito Germano Coelho, por Decreto da Prefeitura de Olinda, concedeu a Bernardo Vieira de Melo o título de “Precursor da República no Brasil e nas Américas", título que corresponde àquele dado a Tiradentes, com relação à Inconfidência. O Hino de Pernambuco, no seu verso de nº 04, registra o fato histórico, no poema que diz:

A República é filha de Olinda Alva estrela que fulge e não finda De esplender com seus raios de luz. “Liberdade”, um teu filho proclama: Dos escravos, o peito se inflama Ante o sol dessa terra da Cruz!”