domingo, 27 de julho de 2008

Estratégia de poder: Não pensar !

O rei da seiva estava inquieto. Sucediam-se manifestações da bicharada que eram consideradas gestos de rebeldia ao seu poder absolutista até então inquestionável. Os métodos manipulativos já não vinham surtinndo os efeitos habituais. As elites e o povo queriam participação. Num momento da exaltação, esbravejava: -Tenho pressa em realizar obras magnificas. Não posso parar para discussões inúteis.Seu assessor o aconselhou: -Para manter sua autoridade, suprima o pensamento. -Como ? Retrunca o monarca, estupefato. - Simples ! Baixe um ato de que é proibido pensar. Feche jornais e rádios, substituindo-se por noticiários e culturas oficiais, estabeleça regras rígidas às escolas, para que transmitam apenas o conhecimento formal, sem reflexão crítica, e mantenha a televisão com programação circunscritas a novelas, humorismo e variedades. E, o que é muito importante, promova reuniões, muitas reuniões. Assim, ninguem terá tempo de pensar e ainda terão a sensação de que estão participando. O rei leão acolheu as sugestões e tudo parecia acomodado. Passou o tempo. O macaco, filósofo e professor numa universidade européia, chegou à corte e, sentindo o estado depressivo do povo, alienado, ferido em sua dignidade e cidadania, sem liberdade e sem criatividade, teve uma idéia, mas foi imadiatamente preso em penitenciária de alta segurança. Um dia, conversou fortuitamente com o carcereiro sobre sua idéia e este, durante o jantar em casa, comentou com seus familiares. Sua idéia foi transmitida a muitas outras pessoas. Para adiantar a história: o macaco conquistou o trono, numa revolução fulminante, e sua posse foi consagrada, com a presença dos reis das florestas vizinhas. Um ano depois, o macaco rei atormentava-se com críticas e reinvidicações. Estava inquieto e tenso, quando seu conselheiro político, matreiro e calejado nas lides palacianas, confidenciou-lhe: Masjestade, há um jeito de restabelecer a ordem e garantir a continuidade de seu governo: suprima o pensamento... MATOS, Francisco Gomes. Visão e parábolas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004 Uma colaboração - Professora Ladyjane

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